Eu sempre fui uma pessoa leitora. Desde a infância, sendo filha única a literatura foi durante muito tempo um refugio e passatempo. Cresci e virei bibliotecária, e percebi que não é unânime que todo bibliotecário gosta de ler. Porém, tenho pra mim que todo bibliotecário gosta de livros. De estar em um ambiente com livros. Pode ser clichê, mas quando penso na simplicidade do fazer bibliotecário – organizar o conhecimento e democratizar o acesso a informação – fico muito feliz de ter escolhido essa profissão pra mim.
Tornar-se bibliotecário, é tornar-se um guardião do conhecimento, seja trabalhando em uma biblioteca escolar onde a curiosidade infantil manda, e o terreno é fértil para construir um novo leitor, ou ainda em uma biblioteca jurídica onde profissionais apressados do direito buscam sanar dúvidas. Nosso papel de mediador da informação e da transferência do conhecimento é um dos pilares de uma nova sociedade mais inclusiva.
É um pouco contraditório, mas nosso papel é ficar nas sombras e tornar nossos usuários autônomos dos nossos serviços. Letramento informacional, competência em informação, simplesmente ensinar seu usuário a buscar essas informações, que ele consiga aprender a aprender, criar um filtro pessoal e desviar de fake news. Nosso papel é ensinar tudo isso, não para que sejamos dispensados por qualquer mecanismo de busca, mas sim para que o mecanismo de busca não seja o mesmo sem nosso conhecimento e metodologia.
Ser bibliotecário é entender que o conhecimento está na nossa frente, como uma estante gigante e abarrotada, nos basta saber como chegar lá. E nós sabemos.