Pode chutar, às vezes…

Uma das coisas que eu mais ouvi durante o ensino médio, aqui em Brasília, foi “NÃO PODE CHUTAR!” Como as provas do vestibular da UnB eram elaboradas pelo Cespe, com o “maldito” fator de correção, a gente ouvia isso e guardava nos nossos corações como verdade absoluta.

“Na prova do Cespe pode chutar” a gente marcava essa como ERRADA. Risos.

Mas estudando pra concurso eu me lembrei que só sei que nada sei, e que é impossível no meio de tanto nervosismo a gente ter certeza absoluta até do nosso próprio nome. Eu conferia o nome que constava na prova olhando a minha identidade. Sério.

Paranoias à parte, eu desenvolvi um método pra analisar meu índice de sucesso na incerteza e como eu sou muito copa de 1994, vamos chama-lo de ÍNDICE ROMÁRIO DE CHUTES A GOL.

A técnica é simples:

  1. em qualquer simulado que você estiver fazendo anote suas respostas. Para aquelas que você considera um chute, faça um asterisco ao lado da sua resposta.
  2. Corrija normalmente, marcando seus erros e acertos.
  3. Agora conte seus acertos e erros, normalmente, e desconte um ponto para cada erro (fator de correção padrão do Cespe).
  4. Agora conte acertos e erros apenas dos itens que não foram chutes, e desconte um ponto para cada erro.
  5. Compare seus resultados.

Para exemplificar… Uma prova com 100 itens, preenchendo o gabarito inteiro, chutando vários itens, você acertou 70 e errou 30. Sua nota final é 40. Ok?

Agora vamos contar apenas os itens que você NÃO MARCOU COMO CHUTE. Digamos que desses 100 itens sobrem 60 que você tinha certeza absoluta. Desses, você acertou 45 e errou 15. Perceba que você errou menos e descontou MENOS pontos, entretanto… sua nota final é 30!

Ué?! Como assim?!

Pois é. Eu fazia essa conta estratificando os pontos por DISCIPLINA. Com o tempo, percebi que era muito melhor chutar em disciplinas como direito administrativo, português, inglês e informática. Mas direito constitucional não. Também percebi que nas questões de normas técnicas eu deveria chutar mas nas de gestão de bibliotecas era melhor ficar quietinha!

Isso me permitiu dar muito mais foco nas disciplinas em que eu não tinha firmeza ou confiança de conteúdo… Depois de alguns meses o meu “Índice Romário” foi melhorando e eu nunca mais entreguei prova do Cespe com uma única bolinha sem ser preenchida. Meu conhecimento acumulado me permitia confiar nos meus instintos ainda que eu não tivesse certeza sobre o conteúdo! Mexe muito com nossa autoconfiança saber que a gente pode ir além do que vendem pra gente como “mais lógico”. Que tal medir seu índice Romário? Me conta nos comentários?

Beijos,

Talita James

1 comentário em “Pode chutar, às vezes…”

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