No começo do mês de julho estive em Florianópolis para participar desse evento. No momento em que vi a divulgação percebi o quão importante para a área de biblioteconomia era esse momento. Estamos vivendo em um país dividido por ideologias e paralelo a isso temos – como nunca antes – minorias sendo ouvidas e suas demandas ganhando destaque nos discursos existentes, graças as redes sociais.
Eu, enquanto bibliotecária, mulher, negra e periférica me sinto muito representada quando outros colegas tem a iniciativa de discutir e mexer em feridas tão reais da nossa área.
Nossos códigos de catalogação, nossa forma de ver o mundo na biblioteconomia é totalmente eurocentrada ou americanizada. Um exemplo que o professor Marcos Miranda destacou em uma das meses do evento é que a CDU só tem uma classificação para religiões de matriz africana. Todas em uma única classificação, para vocês entenderem como não, a biblioteconomia não é abrangente às minorias como um todo. E que sim, discussões sobre isso são necessárias.
Foram 2 dias de debates, palestras e conversar com colegas engajados e animados. Me sinto muito feliz em ter feito parte disso e espero contribuir de alguma forma para que a Biblioteconomia evolua também.
Recomendo que todos os interessados no tema acessem o site: www.nyota.com.br onde é possível baixar o pdf do livro “Epistemologias Negras” que tem o objetivo de trazer discussões de raça para dentro da biblioteconomia e formar novos bibliotecários mais conscientes sobre isso.
Já está definido que o próximo encontro será em Junho de 2020 na cidade de Belo Horizonte – MG. A gente se vê lá certamente!
– Thalita Gama