Aprendendo com quem sabe – Entrevista com Klara W. Freire

Hoje temos uma convidada muito bacana sendo entrevistada aqui,espero que curtam  e se inspirem na história de vitória  e dedicação da Klara. Ela Atualmente é bibliotecária do TRF 2° Região, tem na bagagem muitas aprovações e ministra cursos preparatórios para concursos. Confira!

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Santa Biblioteconomia – Como surgiu seu interesse pela faculdade de biblioteconomia? Como foi sua trajetória na universidade ? 

Klara – Interessei-me pela faculdade de Biblioteconomia por conta de minha mãe. Ela havia visto algo sobre a carreira e achou muito parecido comigo. Sempre fui curiosa, gosto de pesquisar sobre variados assuntos e adoro livros – independentemente de não ter tempo de lê-los, continuo comprando, hahaha. Assim, logo procurei saber sobre a área.
Durante a universidade, sempre fui bem estudiosa, daquelas chatinhas que se preocupava em ler todos os textos, fazer os mil trabalhos etc., etc. Mais ao final do curso, o corre-corre, a monitoria de algumas disciplinas (Representação Descritiva e Competência em Informação), o estágio, trabalhos de iniciação científica, a participação em uma Empresa Júnior da UFRJ, o estudo para concursos e a monografia me deixaram mais relaxada, porém, sempre tentei fazer o meu melhor. Não fui aqueles milagres ou daqueles que se dão bem depois de uma “vida mansa de estudos pós-formatura”; sou resultado de algo que foi construído, com muito suor, aos poucos, nesses 4 anos de graduação.
Santa Biblioteconomia – E como surgiu o interesse nos concursos públicos?

Klara-  Ah! Foi uma das “heranças genéticas” (risos)! Sempre fui orientada para querer ser servidora pública por minha mãe, que trabalhou 14 anos de sua vida na Caixa Econômica Federal (CEF), saiu para ter o tal do “próprio negócio” e faliu como muitos outros que aderiram ao Programa de Demissão Voluntária (PDV), do Governo FHC. Assim, ela viu que ter um “patrão” como o Governo era melhor que ser um empreendedor falido e me “catequizou” para querer ser servidora, “e estatutária, de preferência! Nada de CLT! Empresa pública nunca ninguém sabe o destino!”, diz ela. Tentei vários concursos à nível de Ensino Médio antes até de sair do colégio, aos 17 anos. Mesmo sem idade para assumir, fazia as provas como experiência. Ao chegar à Universidade, descobri que a Biblioteconomia poderia trazer-me muitas coisas: o tão sonhado emprego público, uma boa remuneração e a satisfação profissional de atuar em minha área de formação. Sei que muitos não tem este privilégio! Nós, bibliotecários, conseguimos isso rapidamente, basta esforço e dedicação. Como diria um colega nosso de profissão: a gente não fica desempregado, basta ser minimamente competente no que faz (muitos risos). Tenho uma amiga que diz que, quando criança, minha mãe deveria me ensinar as palavras assim: pegava uma bola e dizia,

“Klara, isso é:
a) uma bola;
b) um lápis;
c) uma cadeira;
d) NDA.
Santa Biblioteconomia – E como você começou a se organizar para os estudos de concurso? Encontrou dificuldades mesmo sendo uma boa aluna na faculdade?
Klara-  Comecei tentando conciliar as mil atividades com umas horas de estudo por semana. Obviamente, meu tempo de lazer – apesar de ser necessário – foi bem reduzido. Tive que dizer “não” para muitas “sociais”; tudo na vida é uma questão de prioridade. A minha, naquele momento, era passar em um bom concurso. Claramente, encontrei dificuldades. Ser boa aluna em sala de aula, não é sinônimo de saber passar em concurso, certo? Conheço muita gente competente e dedicada que nunca teve bons resultados em provas de certames. A grande dificuldade foi “aprender” a fazer prova, saber o que era importante e o que não era na hora do estudo. Temos um mar de informações, se não souber filtrar o que realmente interessa, você acaba com o HD cheio de coisas que não vão fazer a menor diferença para conseguir uma boa colocação.
Santa Biblioteconomia – Fale um pouco das suas aprovações e dos cursos preparatórios que você tem ministrado, como é essa experiência?
Klara- Minha primeira aprovação aconteceu ainda na faculdade, ao meio da graduação, fui a primeira colocada do concurso da Casa da Moeda. Naquele momento, ainda não estava estudando para concursos, apenas, como falei, era uma aluna dedicada. A partir deste resultado, comecei a tentar estudar para provas, mas era bem difícil conciliar as obrigações da sala de aula com a preparação “concurseira”. Foi aí que senti falta de um cursinho focado nisto, algo que me ensinasse a “atalhar” o caminho para aprovações. Nesta época, conheci o material do professor Gustavo Henn. Digo sempre, não posso negar, que ele muito contribuiu para meu crescimento como “Biblioconcurseira”. O primeiro curso que realizei foi possível pelo apoio de uma apostila dele, achei que seria pouco legítimo ministrar um curso sem mostrar de onde vieram meus fundamentos. É muito bom poder compartilhar o que aprendi durante essa vida concurseira, não era justo morrer e levar tudo comigo, né?
Tive várias boas aprovações, assim como clássicas derrotas. Acho que ninguém vem só pra vencer na vida. Um dia você ganha, no outro perde, e por aí vai. Sempre tive fé e isso me ajudou a continuar a caminhada. Não é fácil! Fazia todos os concursos possíveis! Aprovei na UFRJ, em 2010, 3º lugar, na CVM, em 4º, mas no mesmo ano tive algumas reprovações também. Fui trabalhar na UFRJ em 2011 e continuei a estudar. Fiz FINEP, tive aprovação, fiz Senado, sendo reprovada, fiz Petrobras, aprovei, daí fiz TRF 2ª Região e cá estou desde então. No mesmo mês fui primeiro lugar no TRF e reprovada no Senado. Preferi focar no resultado do Tribunal (hahahahaha)!
Santa Biblioteconomia- Pra terminar ,qual dica você daria para quem está começando a estudar ou já está nesse caminho há algum tempo?

Klara-  Fazer provas passadas até decorar as “fórmulas” é MUITO importante. Aprendi MUITO com provas. Coisas que nem vi na faculdade. Sempre que me deparava com algo novo, buscava na internet. Sempre atalho lendo artigos, geralmente eles têm a ideia central do que os autores falam em livros. Um artigo possui, no máximo, 30 páginas, enquanto um livro costuma ter mais de 200. As questões, de modo geral, são superficiais em provas. Procurar “chifre em cabeça de cavalo” em concurso não faz muito sentido. Teorização e problematização a gente deixa pro mestrado, hahaha. Não estou dizendo aqui que ninguém deve estudar, saber profundamente as coisas da área, não é isso! Precisamos SIM conhecer bem, ESTUDAR, PESQUISAR, porém, em se tratando de concursos a profundidade, às vezes, torna-se nociva. Você precisa saber bem um pouco de tudo e não conhecer profundamente um ou dois assuntos e acabar se dando mal nos outros. Entretanto, nada como os anos de prática. A gente vai estudando, estudando e estudando que chega uma hora que vai dominando cada vez melhor as disciplinas, visto que lemos sempre sobre elas.

Não existe mágica, como diria um professor meu “o sucesso é medido em hora bumbum/cadeira”, fica sentadinho, estudando, que uma hora vai dar certo! Determinação, Dedicação e Disposição pra mim são os 3 “Ds” do sucesso. D+D+D = V. V de Vingança? (hahaha) Talvez, vingança de tudo que te oprime pela falta do tão sonhado emprego público, porém, pra mim, não há outra interpretação: é V de Vitória! 😉
Santa Biblioteconomia – Obrigada pela entrevista Klara, você é uma inspiração pra muita gente! Sucesso sempre! (:

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